Tenho como um arame farpado invisível a volta dos meus pulsos, levando-me a um escândalo irreprimível de sinceridade. Apetece-me matar os teus olhos para sempre, assim que parares de te alimentar com as memórias dos outros.
Presságios de discursos íntimos e fantasias obscuras e obsessivas. Condenação inevitável, cumplicidade, extraenisação.
Nunca vou conhecer a tua verdade, nem a minha. Teremos sempre dúvidas sobre a nossa vida. Somos seres humanos com olhares severos, escalamos as montanhas da solidão. Trememos de pânico da deserção, tentamos equilibrar os luxos dum cálice amargo.
Para saber o segredo do amor não temos de pedir nem perguntar nada. Não quero ser obrigada a rir só para te satisfazer. Quero assustar num critério harmonioso, para dançar num jardim fúnebre ao negar a existência do teu Deus, para dizer a oração de dor e perder-me num orgasmo angelical.
Saahira.
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