chegavam do norte
quantas madrugadas surgiram quando as luzes se apagavam
quantas gerações de poetas obscuros se sentaram nessas
pedras cinzentas!
eu sempre amei os continentes longínquos
lugares estrangeiros e puros a extrema solidão das
aldeias adormecidas a nostalgia dos dias atlânticos...
já a minha vida fixara a mudança dos ventos
o ciclo das estações
a rigorosa inutilidade de tudo...
foi nesse tempo de meditação que li o nada
e sobretudo
os viajantes
incessantemente procurei um sentido para os dias e para
as noites
interroguei-me sobre as civilizações antigas
eu guardara a desmedida fascinação dos planaltos
a clara alegria de algumas cidades marítimas
velhas canções do mundo imensas revoluções...
durante meses vi amanhecer quando as luzes se apagavam
incessantemente procurei um sentido para os dias e para
as noites
a rigorosa inutilidade de tudo...
Saahira.