6 de março de 2010

De que nos vale abrir os olhos aos cegos, se a sua vontade é não ver?

Que tudo o que me rodeia vai de mal a pior, não me é novidade. Que esse mesmo processo é galopantemente crescente, também não. Que é irrefutável, ainda menos novidade é.O que me perturba é que, até mesmo os que disso se apercebem, nada fazem para demonstrar essa percepção ou, antes fosse, acabar com ela. E eu qualquer dia vou pelo mesmo. Afinal de contas, de que nos vale destacarmo-nos se o interesse comum não o verá como destaque? Nunca lhe chamaria desistir, mas talvez mudar o rumo.Os tempos mudaram e, em contraponto, as vontades, ao invés de mudarem em equivalência, alteraram toda a sua estrutura e natureza negativamente, sobretudo no que toca à vertente ética.Hoje em dia a moda-base é a de não seguir a moda. Isto é, tanto se quer a diferença no centro da diversidade, que se acaba por optar pela indiferença.Ultimamente tenho-me apercebido de que é possível que seja eu quem se preocupa demais, quem reflecte mais do que deve e acaba por se frustar, por vezes até desnecessariamente. Mas se assim sou, nada posso - nem quero - fazer contra ou a favor disso.Já perdi a conta aos nomes e identidades que submeti a duros processos de rotulação óbvia (uma espécie de voodoo insanosarcástico), baseando-me nos seus duvidosos objectivos de vida e de inserção na mesma. Nomes e identidades esses que posteriormente me acusam de os ter achincalhado. Achincalhei pois, e daí? A par da gíria estudantil actual, "estou-me pouco cagando". Não me lixem! Respeito e igualdade são um assunto lindíssimo e que nos devia tocar a todos, mas até já se perde a conta do tempo à que ambos foram pelo cano abaixo.Iniciou-se um trilho para a degradação há já muito tempo, e quem o compreende, encara, mas não aceita, sabe melhor que ninguém o que fazer. Lamento apenas que sejamos uma minoria, mas jamais cruzaremos os braços. O resto, esse, estimo bem que se foda.

Abby Carocha,

1 comentário:

  1. Igualdade lembra-me comunismo, sou mais pela equivalência. Afinal, no fundo somos todos diferentes.

    (ridículo eu própria comentar um texto do meu blog, mas como o texto não é meu, e também gosto da dar a minha opinião...)

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