18 de outubro de 2010

Move o teu corpo ao ritmo da paixão, vamos esmagar os sentidos da relação. Não perguntes nada para ti mesmo, não desperdices este momento. O eco do choro é levado no vento, esse cúmplice carrega-o para longe, até porque jamais poderá ser das paredes do teu coração novamente. Este é um presente que ninguém jamais poderá roubar, uma chama que nenhum oceano pode extinguir. Até que tu irás proteger este tesouro num segredo sagrado. Nenhuma força externa pode desfigurar o aspecto doce desta alegria pulsante. Descansar sobre este abraço com amor, respeito e esperança, consagrar o evento em nome da emoção suprema. Atar num nó sagrado as tramas brilhantes deste desejo harmonioso e em seguida, jogá-lo no centro do cosmo onde as energias reais se encontram para que ele se possa preservar e vibrar para sempre em palavras magníficas.

Saahira

26 de julho de 2010

A RIGOROSA INUTILIDADE DE TUDO

durante meses vi amanhecer quando as aves brancas
chegavam do norte

quantas madrugadas surgiram quando as luzes se apagavam
quantas gerações de poetas obscuros se sentaram nessas
pedras cinzentas!

eu sempre amei os continentes longínquos
lugares estrangeiros e puros a extrema solidão das
aldeias adormecidas a nostalgia dos dias atlânticos...

já a minha vida fixara a mudança dos ventos
o ciclo das estações
a rigorosa inutilidade de tudo...

foi nesse tempo de meditação que li o nada
e sobretudo
os viajantes

incessantemente procurei um sentido para os dias e para
as noites
interroguei-me sobre as civilizações antigas

eu guardara a desmedida fascinação dos planaltos
a clara alegria de algumas cidades marítimas
velhas canções do mundo imensas revoluções...

durante meses vi amanhecer quando as luzes se apagavam

incessantemente procurei um sentido para os dias e para
as noites



a rigorosa inutilidade de tudo...

Saahira.

2 de junho de 2010

Les Litanies de Satan - Charles Baudelaire

Ô toi, le plus savant et le plus beau des Anges,
Dieu trahi par le sort et privé de louanges,

Ô Satan, prends pitié de ma longue misère!

Ô Prince de l'exil, à qui l'on a fait tort
Et qui, vaincu, toujours te redresses plus fort,

Ô Satan, prends pitié de ma longue misère!

Toi qui sais tout, grand roi des choses souterraines,
Guérisseur familier des angoisses humaines,

Ô Satan, prends pitié de ma longue misère!

Toi qui, même aux lépreux, aux parias maudits,
Enseignes par l'amour le goût du Paradis,

Ô Satan, prends pitié de ma longue misère!

Ô toi qui de la Mort, ta vieille et forte amante,
Engendras l'Espérance, — une folle charmante!

Ô Satan, prends pitié de ma longue misère!

Toi qui fais au proscrit ce regard calme et haut
Qui damne tout un peuple autour d'un échafaud.

Ô Satan, prends pitié de ma longue misère!

Toi qui sais en quels coins des terres envieuses
Le Dieu jaloux cacha les pierres précieuses,

Ô Satan, prends pitié de ma longue misère!

Toi dont l'oeil clair connaît les profonds arsenaux
Où dort enseveli le peuple des métaux,

Ô Satan, prends pitié de ma longue misère!

Toi dont la large main cache les précipices
Au somnambule errant au bord des édifices,

Ô Satan, prends pitié de ma longue misère!

Toi qui, magiquement, assouplis les vieux os
De l'ivrogne attardé foulé par les chevaux,

Ô Satan, prends pitié de ma longue misère!

Toi qui, pour consoler l'homme frêle qui souffre,
Nous appris à mêler le salpêtre et le soufre,

Ô Satan, prends pitié de ma longue misère!

Toi qui poses ta marque, ô complice subtil,
Sur le front du Crésus impitoyable et vil,

Ô Satan, prends pitié de ma longue misère!

Toi qui mets dans les yeux et dans le coeur des filles
Le culte de la plaie et l'amour des guenilles,

Ô Satan, prends pitié de ma longue misère!

Bâton des exilés, lampe des inventeurs,
Confesseur des pendus et des conspirateurs,

Ô Satan, prends pitié de ma longue misère!

Père adoptif de ceux qu'en sa noire colère
Du paradis terrestre a chassés Dieu le Père,

Ô Satan, prends pitié de ma longue misère!

Prière

Gloire et louange à toi, Satan, dans les hauteurs
Du Ciel, où tu régnas, et dans les profondeurs
De l'Enfer, où, vaincu, tu rêves en silence!
Fais que mon âme un jour, sous l'Arbre de Science,
Près de toi se repose, à l'heure où sur ton front
Comme un Temple nouveau ses rameaux s'épandront!



Espero que gostem. Cumprimentos.
Saahira.

1 de junho de 2010

Ninguém escolhe nem a sua origem, nem a cor da pele... o sonho é apenas a vida. Nascidos no conflito... rezarão ao topo?
Eu odeio isto, tenho o peso das palavras. O meu sonho é de rasgar isto tudo nos braços, lágrimas, por causa do sangue e de lágrimas.
Eu tive que crescer com "a cara contra o chão", eu podia morrer mas eu levanto-me. Eu levo o meu último sonho.
Todos na mesma merda, tudo decepcionado. Mas levo o meu último sonho.
É uma seca na terra onde estamos a semear lágrimas de luto nos olhos, para chorar um monte de sonhos distantes.
Estou como um rebelde, bebi um monte de besteiras e estava muito bêbeda!
Na vida existem etapas, para atrás, para a frente e os passos para o lado, mas tu não tens nem um euro. É o estado, os Senhores, o "tu só podes converter para o trabalho."
Se estiveres mal, deves chicote, tens que desistir.
Não tens essa experiência de ti mesmo, o desejo, a esquerda para a direita, de frente para o que gostas, longe do que não gostas. O desejo começa a distribuir.
Eu levo comigo o meu último sonho. E vocês que resistem diante os vossos "contras", não se esqueçam que o vosso nome continua na lista, todo o vosso ser está controlado.
Esta é a história desta mente asfixiada em alcatrão, esta massa cinzenta cujo país não foi adquirido, levanta-se. Começa-se do fundo. Queremos tocar as estrelas.
Nós todos queremos crescer, eu sou jovem demais para morrer.

Saahira.

12 de maio de 2010

Eu acordo todas as manhãs, mil despertadores na minha cabeça. O meu coração está a bater novamente, tu não sabes se eu realmente desejava estar morta de volta na minha cama! Um hábito formado em idade muito nova. Mas festas muito tarde. Muito, muito longas festas. Vou beber mais um pouco... então tu verás que algo nos pode dar espectáculo.
O Sol nasce no céu nocturno, e é por nossa conta meu... meu.. meu...
Estão à minha porta 24 horas por dia e as pessoas realmente chegam a mim, as pessoas realmente chegam a mim, as pessoas realmente chegam a mim! ELAS estão-me a deixar louca (completamente louca!)
Tenho de ficar bem, tenho de ficar bem. Bem... bem... CERTO...???
Não, tu não sabes. Não, tu não sabes como me sinto (como me sinto??)
VIVO NO LIMITE DO TEMPO. Ok, ok, ok.
A lua nasce no céu, sinto-a a atrair a minha cabeça. Sinto-a a atrair os meus pensamentos. Percorrendo a minha mente. O tempo todo... percorrendo a minha mente. Eu consigo sentir o teu afogamento numa sepultura.
Eu desenho um quadro, bebo um pouco de lamentação. Eu puxo uns e coloco outros.
Fujo com pressa, realmente estou a espera do autocarro. Tenho de ir para a escola, mas isto ENLOUQUECE-ME. Não vou fazer isto, alguém há de ir por mim, só me faz mal.
Eu não preciso disto - eu não quero que ela...

AHAHAHAHAHAHAHAHAH... estou a voar!
Agora acho que está tudo bem.

Acho que vou dar um passeio no parque, isto realmente ficou estranho depois de anoitecer...

Ele ama-me... Não, ele não me ama!
Ama-me, ama-me, ama-me, ama-me, ama-me...Ele ama-me
Ele não me ama...

Quero dormir.

Tu não sabes, tu realmente não sabes...

Saahira.

11 de maio de 2010

...Sombras e pó, apenas sombras e pó

Negros, negros são os caminhos
Dos vales ardentes do teu Mundo
Perigosos, Perigosos são os trilhos
Pouco claro os destinos.

Em cada uma das tuas quedas
Em cada uma das tuas derrotas
Eu vi o meu triunfo, banhei-me nele
Na tua dor, sofrimento, teu sangue.

Semeaste as sementes, o ódio!
Semeaste as árvores, a estupidez!
Construíste as cidades, a ignorância!

Ateaste, o fogo, por fim,
Alimentaste-o com a tua existência
Da tua carne ele nasceu e morreu
Das tuas cinzas morreu!

E, no entanto, tu, filha da hipocrisia
Opinas-me, julgas-me, condenas-me
Pelo meu sentimento de indiferença!
E, no entanto, tu, filha da estupidez,
Persegues, condenas e matas!

Negros, negros são os caminhos
Dos vales ardentes do teu mundo
Perigosos, perigosos são os trilhos
E claros, claros como a luz matinal,
São os destinos!

Outrora Éden, agora chamas
Outrora lagos, agora desertos
Outrora vida, agora morte
Este é o teu jardim Humanidade!
"Sombras e pó..." essa é a tua realidade!

Saahira.

6 de maio de 2010

Minas cheias de vermes

Balanço no pantanal, espero por equilíbrio. Não posso ir abaixo porque eu, simplesmente, não tenho tempo! Uma eleição com base num conjunto de dentes: tu comes a galinha quando eu como carne. Vou colocar o degelo no topo do bolo. Eu estou a jogar TODOS os meus registos preferidos embora vocês sejam leigos e "acordados". Minas cheias de vermes, minas da doença.

Ela vai te derrubar, porque a vida é apenas uma grande treta, apenas uma carcaça numa trilha de terra, um verdadeiro cavalo escuro atrás do véu, uma reencarnação a cantar louvores ao Senhor! Apenas a história de um homem velho no livro da vida, tu levarias este homem a ser teu companheiro?

Senhor livro-de-cheques, protege a árvore do dinheiro, ela comprou-te mas ela não me pode comprar!

Estou nas nuvens a voar bem alto. Pés no chão e cabeça no céu! São 8h da manhã e eu tenho que ir embora, isto é vida real ou é apenas mais um sonho? Que mina cheia de vermes a minha mente.

As luzes brilham, ou melhor, o sol se não conseguires falar para mim, falar com a minha mente. Uma mina cheia de vermes, cheia de doenças.

Vais acabar por ir abaixo, por que a vida é apenas uma grande treta.

Saahira.

5 de maio de 2010

02/06/2010 - Metal Gate 2010



O festival será dia 2 de Junho, quarta-feira ás 20:30h na Discoteca Império Romano, Marinha Grande. A entrada será de 8€ e as bandas que vão tocar são:

- RAMP (Thrash/Heavy Metal) (Seixal) http://www.myspace.com/rampmetal
- A Last Day on Earth (Alternative Rock/Metal - Hardcore) (Leiria) http://www.myspace.com/alastdayonearth
- Cryptor Morbious Family (Death/Thrash Metal) (Grandola) http://www.myspace.com/cryptormorbiousfamily
- The Archaist (Progressive Technical Death Metal) (Leiria) http://www.myspace.com/thearchaist
- Ventas de Exterko (Hardcore - Punk) (Beja) http://www.myspace.com/ventasdeexterko
Que este texto permaneça no teu coração. Que estas palavras embebedem os teus sentidos. Esta poderia ser a última chance de acender o teu fogo, antes que o tempo vire a tua mente para o nada. Toma uma decisão sobre o teu futuro, usa a tua invenção, junta as tuas experiências antes que a tua energia enfraqueça. Grita as tuas ideias antes da tua voz desaparecer. Deixa o teu amor ser lançado antes que o último brilho se desvaneça. Mostra a tua mensagem, as tuas ideias, antes que o esquecimento sufoque a tua respiração. Este é um presente para todos vós, não te esqueças de aceitá-lo.


Saahira.

4 de maio de 2010

live fast, die young

Eu ando na linha entre o bem e o mal, esta maça podre, podre até ao caroço! O meu negócio é um pouco capa e espada. Eu bebo tanto que não ando, apenas cambaleio! Não, tu não quiseste ouvir e eu não te culpo. Eu ando na linha entre bons e maus. Não me posso mover. Tu sabes qual é o preço que pagas? Na vida tudo é em vão. Inicia-se no meu braço, e depois abre o meu cérebro.

Eu já estou na sarjeta - a próxima paragem é a fuga!

"LIVE FAST, DIE YOUNG!
LIVE FAST, DIE YOUNG!"

Eu ando na linha do mal enquanto outros estiveram a pensar sobre isto - eu estive lá, e para trás.

Saahira.

Em memória da...

Figura difamadora que guia a sabedoria da morte silenciosa. Ela disse que tu vieste quando o céu estava a afundar, cansado no seu sono eterno e que somente o teu grito teria anunciado um novo amanhecer. Senhora do ar, agitando as folhas das montanhas geladas que na madrugada acaricia os ramos nus das planícies nebulosas.

Tu cresceste como uma testemunha da existência solitária, um tolo teatro. No teu rosto, os sinais de uma memória triste. Os teus lábios feriram audiências de falsos inocentes com verdades dolorosas e mordeu sentenças. Tu sabias o prazer dos sentidos interiores, a poesia do vento, o segredo do fogo. A tua vontade tem a força do trovão. O teu espírito, o impulso da luta final.

Oh grande mãe que esbanja amor gerando ódio! Encantadora musa de indizível fantasias. Vais ressurgir das cinzas, e envolver grandes catástrofes. Pura, alegre escuridão e imortal.

A luz eternamente para seguir o caminho do templo dos novos sonhos.

Saahira

1 de maio de 2010

Objectos misteriosos do voo em plena viagem para corrigir o que fizemos, e o que estamos a fazer. Talvez submersos, vivemos no interior mais recessivo do planeta, não há escolha senão adaptarmo-nos a um mundo subterrâneo. Limitam as nossas passagens de pensamentos, são eles os exemplos de regressão. Uma forma abusiva de progressão da vida numa área tão vasta.

Tantos mundos ainda a serem vistos, uma vez que têm partilhado os mesmo efeitos que vêm da ganância: a produção em massa talvez submersa que, vive no interior mais recessivo do planeta, e para se adaptarem a um mundo subterrâneo limitam as nossas passagens de pensamento. São eles os exemplos de regressão, a progressão de uma forma de vida abusiva.

Saahira

29 de abril de 2010

O sonho

Depois de dias de nevoeiro fúnebre, tento numa mistura de tristeza e de devoção, escapar da memória mental. Eu levo a minha vida de novo, um pouco confusa, mas mais consciente do meu caminho. Desejo afectos quentes, emoções verdadeiras, ausência de artifício. Eu quero balançar-me nas minhas artes aproveitando o novo tempo. Mas eu não me esqueço de onde vim, nem as pessoas que me amaram.

Saahira.

Antes dos macacos chegarem

No cimo da montanha alta há uma terra onde podes falar com a tua mente. Ao longo das ruas, uma multidão de templos consagrados a ídolos grotescos, queimam incenso para comemorar o tempo do perdão. As criaturas que vivem neste lugar podem ensinar-te a ler os sonhos. Os rios que atravessam esta terra carregam a pureza da prata. Os seres andrógenos, uma variedade inumerável de sedas preciosas, usadas para secar as lágrimas da alegria.

Consigo perceber a presença majestosa do homem-touro que reinou aqui, durante séculos, antes dos macacos chegarem. Ele era adorado por legiões de seres metade peixe, posteriormente absorvido pelo leito do mar e afundado na doce lã. Agora ele está a dormir para sempre na casa vermelha, perto do lugar magnifico.

Saahira.

24 de abril de 2010

Glória

Chamas roxas celebram a proeza do novo guerreiro, enquanto as lágrimas secam e tomam triunfos da idade para uma morte silenciosa. Os Homens consomem velhos cadáveres numa poeira obscura, enquanto o novo segredo brilha numa aura dourada.

As glórias do passado podem alegrar apenas por um breve instante. Em breve o nascimento da nova melancolia vai embrulhar o presente e o futuro numa nuvem de fogo e gelo. Sangue está disposto a ser derramado na memória dos meus suspiros.

Nenhum vento vai agitar as folhas das árvores no pôr do sol. O insecto sujo vai chupar a polpa infantil e virgem. Cada espada é desarmada, cada escudo é esmagado. A terceira estrela mágica protege os meus actos mentais. O capitão do fluido astral ilumina o meu caminho.

Saahira.

23 de abril de 2010

Existência

Tudo está em mutação, um fluxo constante. A nossa existência é como uma fotografia, e o tempo sempre em câmara lenta. Será que alguém percebe que a nossa vida se baseia sobre a história que nos tem sido ensinada? Estamos a viver o resultado de uma mentira. Factos fundamentais foram alterados e mudados novamente.

E mantemos assim a mentira viva. Porque não vais beijar o anel do dedo da mão de quem transformou a tua existência simplesmente para o inferno?

E quando o vento frio sopra, perguntamo-nos porque nos sentimos tão sozinhos, mas estamos sempre a pedir ajuda para os que constantemente nos mantiveram longe da verdade.

Não feches os olhos, não tapes os ouvidos mais, não te cales e não feches a tua mente.

Podes-te não importar, e deixar isto andar porque sabes que estás sozinho. Podes sempre subestimar a capacidade para alterar o estado da mente e o que vais encontrar é o ódio tão cego que destrói todas as formas de sair daqui.

Saahira.

22 de abril de 2010

Sangue e confusão

Palavras confundem e criam pensamentos duvidosos. Os pensamentos silenciosamente transmitem a nossa essência interior. O silêncio eterno leva ao esquecimento.

Eu sou a contradição, o limite, dentro e fora. Eu sou a dificuldade, imoderação, maneirismo, simplicidade, rigor, barroco e minimalismo. Eu sou como isto que gira em torno de si mesmo, recebo rasgões e recomponho-me. Eu sou o resultado de um teste, a sobrevivente de uma vida. O podre imbuído na minha vida, contraponto para a petrificação da dor. Amontoado de rochas, o esqueleto da alma, a voz suspensa num sonho. Saudades de entrar no mistério do visível para provar o doce horror do vazio.

Eu escuto o silêncio. Eu alimento-me com medo, raiva, angústia e sensações indizíves. Surpresa e encantada com a revelação grotesca e ecléctica das coisas. Eu sinto algo trágico aqui. E a minha mente é sangue e confusão.

Saahira.

20 de abril de 2010

Círculo do eterno ser.

Feitiços primordiais têm sido escritos sobre a superfície da água. O coração esconde o abismo, eterna oração. Fogo e vento contêm os eternos segredos do conhecimento.

Espíritos ancestrais do espaço elementar materializam a sua forma etérea. Dríades, Teseu, Devas, Oréades.

Eu acredito na prática e na teoria do que é convencionado como mágico. Eu acredito na evocação dos espíritos, no poder mágico de criar ilusões, nas visões da verdade na profundidade da mente. Acredito que os limites da mente mudam continuamente e mentes diferentes podem fluir juntas, uma para a outra, e criar ou revelar uma energia única e que memórias individuais são parte de uma grande memória colectiva, a memória da própria Natureza. Perpétuo movimento, eterna rotação, oscilação do céu nocturno.

Oh silêncio devora a eternidade do tempo!! Como para cima, assim para baixo. O meu fim é o meu começo.

Saahira.

18 de abril de 2010

Renascimento

Celebra e louva o espírito morto, enterra as tuas esperanças com ele. Ninguém e nada pode me alegrar, excepto o mundo do fingimento. Deus não merece o meu sacrifício, e a sua imagem não deve ser transfigurada na divindade.

Deixa-me fazer a experiência de fazer o horror de um derramamento de sangue, sinto um prazer instintivo antes, o que geralmente desperta repulsa. E então eu podia-me aproximar para existências seguintes, estripar o inconsciente.

Expresso a minha verdade, escondida ou negada, que irá aparecer como um enigma cego para ti. E eu vou encontrar de novo a pureza infantil, anormalidade que fere o falso espírito. Eu irei ensaiar as pulsações elementares daqueles que têm isolado os sonhos, ou destruído com uma castração simbólica. Eu preparo a minha morte mágica. Entro no reino da imaginação. Entro na memória do trovão e revivo o meu corpo, o meu espírito está em paz. O meu coração está pronto, a minha essência mergulha em terra quente e criam-se misturas da minha mente com a energia cósmica. Todos levantamos como o sol e todos vamos voltar para a morte como uma gota de chuva para o oceano.

Eu sonhei uma serpente alada a comer o próprio rabo a rodear a terra, e uma montanha de cristal com uma criança que morreu a confessar os seus pecados. Eu acordei e olhei-me no espelho, e senti uma nova força. Animei, o tempo tinha congelado o sangue nas minhas veias. Agora, eu sigo a minha religião e o brilho da minha mente. Estou a reviver. Honro e respeito as escolhas que fiz. Não deixo o silêncio dominar o meu coração, não deixo que o medo sufoque o meu grito. Tenho de comemorar o meu renascimento.

Saahira.

Momento para sempre

Eu escrevo sobre sensações, humores e aparições enquanto as pessoas dão festas para encobrir o silêncio. Não há nenhum sentido em sentir remorsos por uma coisa que não podes controlar. E a morte canta... importavas-te se eu morresse? O que queres quando continuas a perguntar?

As minhas energias devem ser directas a um acto. Eu continuo na investigação de um canal seguro para o endereço das minhas contradições emotivas. Eu anseio que tenham uma origem positiva, intolerante com a imperfeição. Eu pratico a auto-terapia secreta e pessoal contra a vergonha de mostrar publicamente os meus próprios sinais.

Saahira.

15 de abril de 2010

Esquema mental

Sede de vida é maravilhoso, sede de fama é mais que banal.

Não me digas para parar de pensar. Não me forces a parar de agir. Não me faças parar de falar. Não me podes mudar. Não vou explicar novamente.

Tu não me conheces. Tu não consegues entender as minhas palavras. Tu não percebes nada, nem nenhuma ideia minha. Tu não vês, o meu coração é transparente. Tu não percebes que estou totalmente aberta. Tu não sentes a minha vontade. Tu não confias na minha clareza. Tu interpretas mal a minha essência.

Agora tenta ver os meus sonhos psicóticos e vais descobrir sozinho.

Saahira.

Declaração de independência espiritual

A minha vontade é invulnerável como o ar com o som da minha voz. O universo encolhe num enrugar de dor. Ouve-me, vou nutrir a tua carne com orvalho de sangue.

Explora o labirinto da memória e liberta-te a partir da hipertrofia da recordação. Quero despertar da paralisia os ícones enterrados na ausência e desarmonia, para que possam desfrutar novamente um instante de contemplação e penetrar nos campos dos sentidos.

Esta é a chamada final, o tempo de renascimento e purificação. A tranquilidade após a tempestade. Unívoca linguagem de frases antigas como uma música. Saboreia a essência deste fluido imaterial. Princípio da agregação e desagregação, em toda a parte e em lugar nenhum. Fugir da angústia e vacilar na liberdade absoluta.

Deixa o imobilismo converter-se em movimento e deixa a tua essência despir-se de todas as mentiras. Joga o teu jogo e desfruta da chance.

A lua não poderia aparecer novamente.

Saahira.

14 de abril de 2010

Há uma fractura no pensamento contemporâneo, entre a tensão e fragilidade, entre a voracidade e o medo de uma explosão iminente. Síndrome de desnutrição. Percepção de uma perda latente. Bipolaridade. Inovação em contraste permanente com o passado.

Os artistas modernos, como criaturas perversas afogadas em plástico, exploram formas de expressão codificadas invertendo a sequência lógica da arte.

Saahira.

12 de abril de 2010

Vazio absoluto.

Este é o arquétipo que preexiste o homem. O mal é uma voz interior que transcende o princípio da vida. É vergonhoso e acentuado, mas secretamente desejo não resistir ao encanto do mal, forma obscura e contraditória de êxtase e luxúria. Ele vive nos nossos corações, mas muito além de nós.

A morte é certa, mas o seu tempo é um mistério para sempre desconhecido. Cada gota das minhas lágrimas é eterna, a morte é eterna, é a prova que tudo termina em corrupção. O sofrimento é a dor, não confundi-lo para a dor. A nossa consciência, a expiação eterna. Tu não podes defender nada do vazio.

A existência é trágica porque nós começamos a ver o amanhecer apenas quando a escuridão cai. Temos sido chamados a viver em nome de mitos arcaicos, para recusá-los é como voar sem o medo de cair para o sono eterno e primordial, para mergulhar no segredo do coração da Terra. Temos tido uma máscara para definir a nossa cara, se a mandássemos fora era como uma festa sem medo de beber na fonte sagrada, e comer frutas proibidas para apagar os mistérios do fogo, da água, das almas humanas, do nosso destino, o pulsar está a morrer num eco vibrante. As memórias cósmicas protegem-nos do caos. As escolhas não podem ser apagadas, nem pela mente.

Saahira.

1 de abril de 2010

Esclarecimento

...se dirigires o teu olhar demais para o abismo, o abismo penetra-te com o seu olhar.

Lembra-te, cada medo esconde um desejo, e desejo significa tensão. Fé é o inimigo do conhecimento, a religião produz efeitos. O contacto com o divino é sempre benéfico, mesmo que seja apenas na tua cabeça. Desejo significa tensão, a tensão é vitalidade, embora a perfeição seja a morte. A religião produz efeitos placebo.

Saahira.

31 de março de 2010

Exorcismo do caos

Sem tempo para ser religiosa. Não há espaço para a pesquisa individual. A realidade iluminada é mais obscura do que um eclipse solar.

Vivo num casulo de egoísmo. Tenho de sair deste confortável lugar, deste precioso templo. O meu quarto é um ritual privado. Mantém o controlo do teu sangue, sê consciente da tua frágil consistência, e percebe que a presença dos outros é mais forte que o medo... Deixa a tua consciência ultrapassar os limites da convenção, e deixa a tua mente descansar sobre este absurdo estado de entropia contaminado pela sujeira vulgar, infectado pela peste mórbida. Deixa a tua oração individual tornar-se num exorcismo colectivo do caos.

Abre os olhos, é terrível ver o terror em qualquer lugar.

Saahira.

30 de março de 2010

Experiência fora do corpo

Prática da dúvida.

Eu olho para a verdade no silencioso brilho dos teus olhos. Falo com as forças do ar. Boas vibrações, gritos e sussuros unidos no grande encantamento do som para apenas morrermos invisíveis, para voar com as asas do anti-tempo, para descarregarmos os vagões do nada, para arremessar o teu coração para trás da parede.

Essências escondem-se por trás das pálpebras fechadas das vidas transparentes. Consolas-te com uma sublime doçura proibida. A memória retrocede novamente e cresce com novas cores. Caleidoscópio emocional. Gotas de cristal de vidro vermelho. Caixão de pensamentos quebrados. Cortar a luz para redefinir o passado.

Filtrantes do espaço, adoradores do vazio. Entidades inconsistentes baptizadas na chuva. Presença viva recriada a partir do pó.

Saahira.

29 de março de 2010

eu! ou o meu outro eu.

Eu sou um desperdício e feia, uma completa merda, uma foda de merda, gorda e uma fada. Sou a rejeição que desejam enterrar.

Eles querem matar-nos e calar-nos. Dividem-nos para nos conquistarem. Como eles governam, como nós morremos.

Vamos decidir uma coisa... eu amo-te! Porque é que eu odeio o outro? Eu odeio-te! Ou eu odeio-me?

Eu sou uma cabeça de anfetaminas e chamam-me passada dos cornos e drogada, e eu abraço os nomes que me chamam. Sou o diabo, a ignorante imbecil, a rejeição, e eu levanto o meu dedo médio para aqueles que nos matam, que nos calam, que nos escravizam!

Saahira.

Último adeus

Fodam-se todos.

O meu resgate é saber como é que isto vai acabar. Esta é a minha agressão, tenho medo de perder o controlo. Quem é esta que eu vejo?? O espelho reflecte uma estranha. Vou quebrar o desespero e acordar a dor da raiva. Como posso fechar os olhos perante o que vejo? Ou devo eu olhar para mim?

A minha obsessão está a morrer, afundo-me cada vez mais. Este mundo tem repudiado a minha depressão. Sinto facas a apontarem para mim. A minha alma fugiu. O meu sonho desvaneceu-se. A minha falha é igual a tua. Esta vida é uma tristeza, Deus deixou os anjos morrerem.

Este é o nosso último adeus. No amor e na morte, eu grito. ESTE É O NOSSO ÚLTIMO ADEUS. Não, não, não, não. Vou cuspir no rosto da perda. Sofro de auto-ódio. Não vou mais carregar esta cruz. Luta e ressuscita entre os mortos de espírito.

Saahira.

28 de março de 2010

O abate.

É hora de lutar contra a nossa própria negação. Eles mantêm-nos trancados no medo. Invocar o passado é um momento de lágrimas. Uma verdade feia, apresentada pela nossa juventude sob a ameaça de uma força bruta patriótica. Assim, usa a tua raiva, é uma arma. Deixem mostrar o nosso grito ou pelas mentiras deles nós caímos. Ódio eterno em mim!!

Eles dizem que a liberdade não é gratuita, é paga com vida, filhos e familias. Porque o sangue é a sua nova moeda, e bombas no coração de dinheiro. Assim como uma luta, sem uma puta de uma arma, as palavras são as balas para a revolução. Usa a tua dor. Os campos de batalha, as ruas, estão em chamas. O excesso de tentativas para modificar o nosso caminho. Os ventos da mudança, nosso banho de sangue. Ódio eterno em mim!!

Poder e preconceito, acções que eles usam para cuspir contra nós. Terror e insurgência, palavras usadas para assustar a conformidade. É propaganda, é a sua hipocrisia. Livre para escolher a nossa própria escravidão. Oh Humanidade sofredora!!!

Luta por todos os que tu amas. Grita, asfixia, ameaça. Que cegueira que sofremos. A morte não é mais a verdade que vão esconder! Não mais!

Então como é que dormimos? Quando tu choras, eles estão a vender a nossa alma e o nosso sangue por petróleo. A nossa geração é uma merda, ovelhas em completo transe. Não têm vergonha, não estás sozinho a pensar... isto é completamente de loucos! Temos de fazer alguma coisa! E eu não sei o que fazer, porque eu não tenho as respostas, mas com força tento combater este cancro. Acredito em mim, basta segurarmo-nos nisto. E estou tão perdida quanto tu, e provavelmente, mais confusa, tão longe de ser perfeita, a minha mente é destruída pelo abuso. Há algo de muito errado, quando a guerra leva os filhos e filhas.

Nosso erro, ovelhas para o abate!


Saahira.

20 de março de 2010

Fuga da tragédia

Sente a frequência. Percebe a tua pulsação. Confia na ideologia para capturar o antigo segredo da vida.

Eu estou a procurar um novo antídoto para mim. Eu trabalho para a liberdade do meu coração para me livrar do outro lado de mim, para me livrar desta fuga da tragédia.

Criatura hipocondríaca, perturbada pela sua memória. Uma única doença para a cura mas pensamos sempre apenas sobre o resto. Não é tão trágico como acreditas. Liberta apenas a tua mente dos medos, a vida são pulsações. Apenas tens de sentir a sua vibração. A vida são pulsações, apenas tens de sentir. Sente apenas a frequência desta fuga da tragédia.

Saahira

11 de março de 2010

Desigual como nuvens

Terra, calor, morte.

Tempo perdido na construção de hipóteses inconsistentes. Esperar para todos é desajustado. Tentamos justificar a diferença. Pedem-me para agir sem ser eu. Sensível a variações de humor, para as variações do ar e do fogo.

Mantém a tua honra e vontade inabalável. Direcciona o teu pensamento às estrelas poderosas, para os objectivos que instituíste, para as grandes esferas do concreto.

Porque é que as coisas acontecem? Porque é que é sempre tão difícil? Porque é que é sempre tão complicado? Presenças perpendiculares prejudicam a minha concentração. Perturbam, interferem, geram histeria e mal-compreendidos. Irónico... o meu lamento é a minha fonte de energia. Sinto-me com vontade de continuar. Sinto vontade de ser eu.

Para mim é primavera. Nuvens, nuvens, galhos. Para mim é como se fosse Primavera. Incontestável. Nuvens...

Saahira.

9 de março de 2010

Um dos principais motivos pelos quais não gosto da escola, é o facto de estar rodeada de imbecis. E é tudo.

Na realidade, importo-me com o meu futuro como me perguntam sempre por não ligar mínima à escola. Mas não me importo muito. E odeio ouvir "importar-te-ás, quando já for tarde", é como se eu já estivesse morta, ou coisa parecida.

E depois falam sobre a vida, que é um jogo, e mais coisas. Um jogo???? Que otários! Se estiveres no lado do barulho, então está bem, é um jogo. Tenho de concordar. Mas se estiveres no outro lado, onde não há barulho, então que espécie de jogo é? Nada. Não há jogo.
Saahira.

8 de março de 2010

Treta do delírio

Discípulos do obsoleto e impensável. Comércio rabiscado em línguas praticamente não faladas. Dependentes de droga ainda não sintetizada. Pessoas do mercado negro, da terceira guerra mundial. Sempre a praticar sensibilidades telepáticas absurdas, obstetras do espírito. Investigadores de dissipações denunciados por jogadores paranóicos. Servos de improváveis garantias fragmentadas. Enchemos o espírito com mutilações inexplicáveis. Rudes policiais da terra da não prostituição. Sucateiros, vendedores de pesadelos deliciosos e anseios de seca sobre as células saturadas e afectadas com patologias desconhecidas. Mudamos com o material bruto da verdade. Bebedores de fluidos pesados fechados na luz dos sonhos.

Eu nunca vou esquecer o horror inexprimível que me congelou. A palavra maléfica medo deixa o meu cérebro instável.

Saahira.
Que se foda o dia da mulher!
Não faz sentido lutar-se por uma igualdade sexista quando a diferença é erroneamente marcada por dias como este.
É eximido optar-se por teorias altruístas como o feminismo ou o anti-machismo; estarão, ainda que por vezes de um modo imaculado, a deixar-se metamorfosear e permanecer como o vosso próprio ópio. Na condição de argumentos em que se fundamenta o verdadeiro propósito da comemoração deste dia - ou seja, a emancipação da mulher -, fundamente-se igualmente e em paradoxo que as mulheres de hoje (excluam-se minorias e excepções) se aproveitam desse mesmo propósito para fazer do Dia da Mulher o que nunca foi suposto ser.
Limitam-se a queixar-se infindavelmente de descriminação no trabalho, ordenados inferiores e por aí fora, sem nunca terem pelejado a ponta de um chavelho para alterar essa inconformidade. Sou consumida por náuseas asquerosas ao reparar que essa inconformidade é posterior e instantaneamente substituída pela conformidade e, como se não bastasse, pela reclamação dos direitos.

A vertente feminista desta escumalha a que chamamos sociedade, está hoje a cair nas valas da degradação. Podia dizê-lo de um modo geral, porque a realidade actual gira em torno do degredo que todo o indivíduo é, mas atentando na especificidade do tema, fale-se então de mulheres.
Enoja-me que se submetam de um modo aprazível ao espezinhamento, enoja-me que se deixem re-herarquizar sem um único grito ou repulso de ódio, sem um assomo de raiva explosiva directamente expelida na cara de quem as trata como lixo, enoja-me que apoiem todo o tipo de causas e acções sem conhecer nem tão pouco idealizar os seus alicerces mais básicos; e, mormente, enoja-me que proclamem a igualdade entre sexos em vão, como se o passado que tudo isto originou tivesse sido incitado por si.

E cresce-me, assim, a convicção de as exterminar a todas. Mas depressa se dissipa.

Ainda que nada façam por si mesmas, ainda que se limitem a fazer e refazer as suas mentes mutuamente com todo o tipo de tertúlias e suas variantes, ainda que celebrem a jornada diária com um esbanjamento capitalista consecutivo, ainda que o seu quotidiano se baseie em diálogos putrefactos e repisados, carentes do mais relevante conteúdo.
O desfecho deste desafogo ocasional tem todas as condições para terminar com um simples abre-olhos à comunidade feminina que hoje se tem, neste país essencialmente, mas também parcialmente fora dele: Temos sexismo sim, temos machismo sim, e temos feminismo sim! Temos racismo e xenofobia, e todos estes relativismos são irrefutáveis com a exaustoração a que se chegou.
por Abby Carocha

2010.03.20 - Seven Stitches+Grimlet+Straight Beyond Last+V8 Bombs - ADAC, Pombal


Os concertos serão dia 20 de Março, sábado ás 22h na ADAC em Pombal. A entrada será de 5€ e as bandas que vão tocar são:

- Seven Stitches (Thrash metal) (Grândola) http://www.myspace.com/sevenstitchespt
- Grimlet (Progressive death metal) (Figueira da Foz) http://www.myspace.com/grimlethorde
- Straight Beyond Last (Death metal) (Soure) http://www.myspace.com/str8beyondlast
- V8 Bombs (Hard rock - Rock 'n' roll) (Coimbra) http://www.myspace.com/v8bombs

Para mais informações:
http://www.metalunderground.org/

7 de março de 2010

Oração de dor

Imploro vida.

Tenho como um arame farpado invisível a volta dos meus pulsos, levando-me a um escândalo irreprimível de sinceridade. Apetece-me matar os teus olhos para sempre, assim que parares de te alimentar com as memórias dos outros.

Presságios de discursos íntimos e fantasias obscuras e obsessivas. Condenação inevitável, cumplicidade, extraenisação.

Nunca vou conhecer a tua verdade, nem a minha. Teremos sempre dúvidas sobre a nossa vida. Somos seres humanos com olhares severos, escalamos as montanhas da solidão. Trememos de pânico da deserção, tentamos equilibrar os luxos dum cálice amargo.

Para saber o segredo do amor não temos de pedir nem perguntar nada. Não quero ser obrigada a rir só para te satisfazer. Quero assustar num critério harmonioso, para dançar num jardim fúnebre ao negar a existência do teu Deus, para dizer a oração de dor e perder-me num orgasmo angelical.

Saahira.

Longe da conformidade.

Lembra-te, se alguma coisa deve acontecer, então vai mesmo acontecer seguindo as regras do anti-lógico. Fugir da piada infame da natureza que vegeta em companhia da ignorância fétida é desperdiçar energia para mantermos o nosso anti-eu. Perdemo-nos na loucura, mas lembra-te que, afinal de contas, tudo pode voltar a um ridículo jogo de anti-tempo. Nada pode separar a felicidade da nossa vida, tal como a nossa vida não é uma forma isenta de tragédia.

O Mundo é feito do contrário do que o senso comum é feito. O Mundo apoia-se em ignorantes e ingratos que cantam Hosana aos que matam, e cospe sobre aqueles que celebram a emoção da vida, adora falsos profetas, e recusa a simplicidade de sentimentos sinceros para proteger a sua própria concha inconsistente a partir da decepção da verdade crua.

Eu sou contra qualquer estereótipo ou ícone. Anseio um espaço anti-séptico, impaciente e sem vergonha. Eu sei que ele existe, está dentro de mim. Às vezes, fora de mim. Eu estive lá com a minha mente.

Saahira.

Concilium 13 Tour 2010

Bar Alfa - A do Barbas - Leiria 13 de Março 2010 - 22h00
  • The Spektrum,
  • Carbonsoul,
  • Incoming Chaos.
Cost: €5,00

6 de março de 2010

De que nos vale abrir os olhos aos cegos, se a sua vontade é não ver?

Que tudo o que me rodeia vai de mal a pior, não me é novidade. Que esse mesmo processo é galopantemente crescente, também não. Que é irrefutável, ainda menos novidade é.O que me perturba é que, até mesmo os que disso se apercebem, nada fazem para demonstrar essa percepção ou, antes fosse, acabar com ela. E eu qualquer dia vou pelo mesmo. Afinal de contas, de que nos vale destacarmo-nos se o interesse comum não o verá como destaque? Nunca lhe chamaria desistir, mas talvez mudar o rumo.Os tempos mudaram e, em contraponto, as vontades, ao invés de mudarem em equivalência, alteraram toda a sua estrutura e natureza negativamente, sobretudo no que toca à vertente ética.Hoje em dia a moda-base é a de não seguir a moda. Isto é, tanto se quer a diferença no centro da diversidade, que se acaba por optar pela indiferença.Ultimamente tenho-me apercebido de que é possível que seja eu quem se preocupa demais, quem reflecte mais do que deve e acaba por se frustar, por vezes até desnecessariamente. Mas se assim sou, nada posso - nem quero - fazer contra ou a favor disso.Já perdi a conta aos nomes e identidades que submeti a duros processos de rotulação óbvia (uma espécie de voodoo insanosarcástico), baseando-me nos seus duvidosos objectivos de vida e de inserção na mesma. Nomes e identidades esses que posteriormente me acusam de os ter achincalhado. Achincalhei pois, e daí? A par da gíria estudantil actual, "estou-me pouco cagando". Não me lixem! Respeito e igualdade são um assunto lindíssimo e que nos devia tocar a todos, mas até já se perde a conta do tempo à que ambos foram pelo cano abaixo.Iniciou-se um trilho para a degradação há já muito tempo, e quem o compreende, encara, mas não aceita, sabe melhor que ninguém o que fazer. Lamento apenas que sejamos uma minoria, mas jamais cruzaremos os braços. O resto, esse, estimo bem que se foda.

Abby Carocha,

Petição "Com 'O Nariz', pelo Teatro em Leiria"

http://www.peticao.com.pt/o-nariz

Solicita-se a assinatura e divulgação da petição, na medida em que o Grupo de Teatro 'O Nariz' necessita de um espaço alternativo, face ao despejo do estabelecimento do Orfeão Velho que poderá ocorrer até 11 de Abril deste ano, por parte do Orfeão de Leiria/CA.


Não deixem que o Orfeão Velho se reduza a nada, não deixem 'O Nariz' ir para o olho da rua!

Obrigada.


5 de março de 2010

Condicionantes da acção humana

O bláblá dos livros da treta de filosofia, diz que as condicionantes da acção humana são biológicas, sociais, histórico-culturais, e psicológicas, como toda a gente sabe. Mas na minha opinião, as condicionantes da acção humana, na realidade, não existem. Nada existe.

As condicionantes da acção humana, as certezas cegas de todos nos, são coisas que nos põem na cabeça. Nós na realidade, não somos nós. Somos moldados pelas nossas memórias, pela sociedade zoológica onde vivemos, pelo veneno que fede nos calabouços da humanidade, pelas massas que nascem como cogumelos em chão pútrido, pelas regras impostas, pela definição de "ser humano", pela definição de "louco". Mas são apenas definições, apenas nomes. Vazio. É tudo um grande nada.

Até poderíamos ser nós próprios, se não nos estivéssemos sempre a reinventar. Poderíamos ser livres, se depois não sofrêssemos as consequências. Tudo isto são certezas cegas nossas. Porque sentimos isso, porque sentimos o momento. Sentimos isso como real, porque achamos que somos mesmo reais, porque pensamos que o que existe à nossa volta é real. No fundo, cada um tem a sua própria realidade, não podemos é afastarmo-nos muito da realidade dos outros, se não somos considerados loucos. Tudo isto, sim, é uma GRANDE condicionante das nossas acções.

Real? Nada é real, nada é irreal. O real é o aqui e agora. Não aquilo que nos tentam impingir! E anda esta gentinha toda doente, sem saber que comem migalhas e jantam pão e àgua, e que vestem trapos... sim, no fundo não passam de trapos. Por enquanto ignoro, sento-me, e as coisas passam e acontecem, se for preciso ainda me rio. Talvez algum dia faça alguma coisa.

Por mais que tente fazer alguma coisa, vem sempre alguém foder-me a cabeça para não fazer nada, porque o bom é não fazer nada. Aliás, acabamos todos por fazer o mesmo, nada! Zero! Absolutamente Nada!

Os que pensam que fazem, não fazem nada. Os que não fazem, não fazem nada. Os que querem fazer, não fazem nada. Enfim, nada e tudo na mesma.

No fundo, no fundo... somos todos a mesma carneirada, a mesma cambada de vendidos. Uns assumem, outros não.

Saahira.

And Also the Trees pela 1ª vez em Portugal - Fade In Festival



http://www.myspace.com/andalsothetreesofficial

Underground VII



Para hoje já não dá, mas para amanha dá. Por isso, como nunca é tarde demais:

Os históricos Bizarra Locomotiva encabeçam o cartaz do festival Underground VII, que decorre hoje e amanhã na Charneca, em Pombal.
O festival arranca 5 de Março, às 22 horas, na sede da ADAC, com uma mostra de curtas-metragens e dj set de Kidzonamek e vj Ferfer.
Sábado a noite, a partir das 22 horas, é dedicada à música, com Smog, Straight Beyond Last, Tales of the Unspoken e Bizarra Locomotiva.
O bilhete para os dois dias custa 6 euros e o festival Underground VII inclui ainda exposições de fotografia, escultura e pintura.

texto retirado de: http://www.regiaodeleiria.pt/

Dia 8 de Março - Dia Internacional das Mulheres

Neste 8 de Março de 2010, a nível mundial, a Marcha Mundial das Mulheres vai realizar a sua 3ª Acção Global.
Em Portugal, a coordenadora portuguesa da Marcha Mundial das Mulheres, integrada por um número crescente de organizações da sociedade civil, está mobilizada para a uma acção no Rossio, no dia 8 de Março, a partir das 17h 30m que se prolongará até às 19h 30m.
Estaremos na rua, numa acção de sensibilização, de denúncia e de mobilização da sociedade para as muitas situações de desequilíbrio e de injustiça que justificam que as sociedades e as mulheres continuem a considerar a necessidade de celebrar o Dia Internacional da Mulher.
Queremos convidar-te a juntar-te a nós neste dia 8 de Março. Temos connosco vários grupos que irão animar do ponto de vista cultural esta nossa presença na rua, para além das "Marchantes" que acompanharão, ao longo de todo o ano de 2010 as diversas acções que vamos promover, em Portugal, na Europa e no Mundo, de acordo com um calendário que será anunciado no 8 de Março.
Tal como em 2000 e 2005 trouxemos com a Marcha Mundial das Mulheres os temas da Violência e da Pobreza, os valores da Igualdade, da Liberdade, da Solidariedade, da Justiça e da Paz, em 2010 os temas que nos movem são os mesmos mas queremos incidir sobre as questões do Bem Comum, do Trabalho das Mulheres, da Violência de Género e da Paz e Desmilitarização.
Sob o lema Mulheres em Marcha até que todas sejamos Livres! ficamos à espera de te reencontrar neste 8 de Março, participando na 3ª Acção Global da Marcha Mundial das Mulheres.

APARECE!

A Coordenação portuguesa da Marcha Mundial das Mulheres
http://marchamundialdasmulheres.blogspot.com/

pissa-end-love

Ecologia não! Mais uma forma de capitalismo. A maioria dos que se dizem ecologistas chegam a casa, ligam as luzes todas, andam de carrinho 50 metros, tomam banho de imersão, lavam os dentes com água a correr e produzem uma quantidade de lixo abissal. Hipócritas!

A solução que passo a apresentar é acabar urgentemente com o capitalismo, o estado, e se possível com a raça humana. A Nova Ordem Mundial é uma realidade, a nossa miséria cultural e não só, é outra realidade. Somos escravos dos bancos que controlam o governo, escravos da publicidade que nos controla a mente, seguidores da estupidez e do consumismo até ao final dos nossos dias.

Provavelmente uma proposta simples e praticamente impossível mas, na minha opinião, a mais eficaz de todas.


Saahira.